A capela de São Brás, intervencionada, pela derradeira vez, em 1997, ano em que foi ampliada, sofreu profundas remodelações na década de 60, século XX, as quais incluíram a construção da segunda torre sineira, que se ergue do lado esquerdo.
Datada dos meados ou finais do século XVII, segundo imprecisas e escassas referências, esta ermida ergue-se, hoje, imponentemente na Quinta do Gato, convivendo lado a lado com a rua que absorveu o nome do orago.
Com efeito, dentre as restantes capelas, esta destaca-se quer pelas suas superiores dimensões quer pelo ar igrejeiro que ostenta.
Guarnecida interiormente de azulejos em tons de azul, estes apenas se vislumbram, exteriormente, na fachada principal. As paredes laterais e a traseira encontram-se caiadas de branco. A cor amarelo-torrado delineia cada aresta exterior do edifício, dando relevo às linhas retas que o moldam, assim como aos geométricos contornos das janelas e portas externas. No alto, albergados por uma das duas torres sineiras que se erguem em cada um dos lados da entrada principal, estão os sinos, prontos a espalhar o som festivo pela comunidade.
Dentro da capela, um sublime arco imitando uma ogiva angular de estilo românico-gótico separa a capela-mor da assembleia.
Quem entra pela porta principal, os olhos recaem de imediato sobre um crucifixo em tamanho grande que ocupa a parte central da parede, acompanhado por uma imagem do Sagrado Coração de Maria. A pedra do altar-mor, em formado retangular, protegida por imaculadas toalhas, complementa este espaço sacro. O presbitério dá ainda passagem, pelo seu lado esquerdo, para duas dependências: um espaço onde a população pode assistir à cerimónia e a sacristia, onde são cuidadosamente guardados paramentos antiquíssimos.
Já no corpo principal do templo, dois nichos colaterais acolhem as imagens de São Brás e de Nossa Senhora da Piedade, os dois santos que, em datas diferentes, o primeiro no dia 3 de fevereiro, ou no primeiro domingo do mês, e o segundo cerca de duas semanas após a Páscoa, chamam até si os devotos.
Sendo São Brás o milagreiro das moléstias de garganta, mantém-se a tradição de lhe ofertar diversas peças em cera ou simplesmente dádivas em dinheiro, a fim de agradecer as graças prestadas ou pedir pela sua intercessão.