Segundo os parcos registos, subjacente à construção da Capela de São Geraldo, Arcebispo de Braga, esteve a arreigada devoção que Francisco Costa e sua esposa, Teresa de Jesus, tinham por este santo, “a quem chamavam São Geraldinho”.
A longa caminhada que tinham de percorrer para cumprir as suas promessas e venerar o santo que lhes alimentava a alma impeliu-os a mandar erigir, na sua propriedade, um pequeno templo para aí realizarem os seus atos cultuais.
Lá, no primeiro domingo do mês de Outubro, data que se manteve até aos dias de hoje, realizava-se uma pequena festa em honra de São Geraldo, segundo a tradição, protetor das crianças e das doenças mentais, à qual rumava um significativo número de peregrinos.
Porém, dada a exiguidade do espaço, tornava-se impossível a celebração de uma missa, apenas se “cantava uma ladainha e se rezavam algumas orações. [Sempre que havia sermão, pregava-se] num improvisado púlpito, colocado à entrada da capela”.
A fragilidade dos alicerces deste pequeno templo não demoraria a dar provas da sua robustez decadente. Em 1882, encontrando-se num estado de iminente desmoronamento, um filho do casal, Padre Francisco da Costa Júnior, coadjuvado pelos seus irmãos, mandou reconstruir a ermida, dotando-a de maiores dimensões.
Esta foi uma das reformas à qual foi submetida a primitiva capela. Ignora-se se outras, entretanto, lhe sucederam.
Hoje, e depois da última intervenção datada de 1999, cujas obras foram custeadas por fundos conseguidos graças à cooperação dos habitantes de Santa Joana, que não hesitaram em organizar os mais diversos eventos para tal, a capela de São Geraldo, sita no lugar da Presa, apresenta-se totalmente remodelada. Revestida, interior e exteriormente, por azulejos típicos da região de Aveiro, pintados em tons de azul, dão-lhe forma linhas retas, harmoniosamente conjugadas com pequenas aberturas frontais e laterais que terminam num arco ogival de estilo românico, assim como a porta principal.
Do seu lado direito, ergue-se uma torre retangular com uma abertura em cada um dos lados que segue as linhas da entrada principal, deixando a descoberto os altivos sinos.
No seu interior, encontramos a capela-mor, ornada em talha dourada e em azul, que sustenta a imagem do Menino Jesus de Praga, o Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora da Piedade e São Geraldo, “com as suas vestes prelatícias, mitra na cabeça, livro aberto na mão esquerda e cruz arquiepiscopal na mão direita”. Este retrato exibe-o a fachada principal, pintado em azulejos, tendo por baixo um letreiro com o seguinte dizer: “Oferecido com a ajuda do povo deste lugar e a Comissão de Festas, em 1954”.
Na parte da assembleia, e a poucos passos do altar, erguem-se dois nichos, um de cada lado, que ostentam a imagem de Nossa Senhora de Fátima e de Santo António. A dar cor a este singular quadro sagrado estão as jarras de flores multicolores, habilmente dispostas. No fundo, e a pouca distância do teto, eleva-se o coro.