Criada em 1993, e publicada no Diário da República III Série Nº 13 em 17/01/1994, a heráldica da freguesia de Santa Joana carrega toda uma simbologia que, na sua quase totalidade, nos remete para a vida virtuosa da excelsa princesa que dá o nome à comunidade que sob a sua égide se institui.
Apesar de se tratar de um símbolo identificativo e representativo desta freguesia em qualquer parte do país ou do mundo, a preocupação primária assentou na criação de uma insígnia que, acima de qualquer finalidade, espelhasse um sentir no qual o povo de Santa Joana se reconhecesse, perpetuando, consequentemente, a história de um lutar coletivo.
A simplicidade resultante da conjugação harmoniosa dos elementos que dão corpo à heráldica desta freguesia é a tónica predominante na mesma, sendo, por sua vez, a característica que melhor retrata a vida daquela que inspirou a sua conceção. Nascida em berço de ouro, preferiu uma mão cheia de nada a viver uma vida abastada, entre o luxo dos seus aposentos reais. Tudo pelo seu amor sublime a Deus e aos outros. Este é o invulgar exemplo de abnegação, de renúncia às vaidades do mundo e de profunda devoção à paixão de Cristo, registado na memória de cada habitante de Santa Joana e também no brasão da freguesia.
A bandeira, esquartelada em branco e preto, alude, desde logo, à ordem dominicana na qual ingressou a ínclita princesa, aquando da sua chegada à então vila de Aveiro, retratando as cores patentes na indumentária usada pelas irmãs conventuais do Mosteiro de Jesus. A coroa de espinhos, por sua vez, “porque era o símbolo devocional da Princesa Santa Joana à paixão de Cristo, significa que não apenas o nome da freguesia, mas ainda o seu pensamento vai para aquela que, deixando Lisboa e a corte, veio viver para Aveiro, onde faleceu e foi tumulada”. As três coroas invocam a referência, segundo narra a história, aos três casamentos reais preteridos pela princesa, designadamente com um príncipe português, espanhol e britânico, em prol da sua entrega a uma vida claustral, ao serviço de Deus. A cor vermelha que pinta o fundo do escudo simboliza, inequivocamente, esse amor incondicional à vida espiritual, aos pobres e oprimidos e às grandes causas.
A este conjunto de elementos junta-se um outro grupo que concretiza a autonomia administrativa da freguesia de Santa Joana. Com efeito, se, no seio do escudo vermelho, nos deparamos com os cinco escudetes da nossa bandeira nacional, os quais identificam, claramente, Santa Joana como uma autarquia localizada em terreno lusitano, a coroa mural, que sustenta três imponentes torres de castelo, reconhece, por sua vez, a categoria de freguesia.
Por último, a legendar todo o brasão encontra-se o listel que ostenta o nome da freguesia, assim como a referência ao concelho a que pertence.
A bênção deste leque de elementos que corporiza a heráldica da freguesia de Santa Joana, identificando-a em qualquer canto do mundo, ocorreu, no dia 14 de novembro de 1994, numa missa solene, presidida pelo padre Adérito Abrantes.
Mais do que meras insígnias, a bandeira e o brasão desta parcela citadina encerram a alma de uma comunidade, um pensamento partilhado por cada um, solidificado dia após dia, inscrevendo-se numa convergência de vontades, na partilha de ideais e na união de forças, mas, acima de tudo, no amor inextinguível pela sua terra.
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